terça-feira, 29 de setembro de 2020

Parasitose

 

Olá meus queridos. Tudo bem com vocês? Após tantos acontecimentos vivenciados por nós ao longo desse ano, resolvi fazer uma breve publicação sobre parasitoses. E escolhi a parasitose da família Ascarididae, gênero Ascaris.

Quem nunca escutou algum parente dizer que estava com lombriga? Até a vó da gente fala quando estamos comendo demais: “- Esse menino parece que tem uma lombriga na barriga”. Não é verdade? Pois bem, pra quem não conhece muito bem a “lombriga” ou “bicha”, esses são nomes populares dados a uma parasitose que se mantém num ciclo dentro de nosso intestino – pulmão - intestino. Vamos descobrir na postagem de hoje que o nome dado a quem tem essa parasitose é ascaríase, ascaridose ou ascariose.

Na verdade, essa endoparasitose é causada pelo verme nematoda Ascaris lumbricoides, muito comum na população humana. Segundo um estudo feito por Almeida filho et al. (2017) que visava analisar a prevalência de enteroparasitas em amostras fecais provenientes de pacientes da rede pública e privada da Região Metropolitana de Fortaleza – CE, no período de abril/2014 a novembro/2016, foi identificado que do total de 6.596 amostras fecais analisadas de pacientes, 1,32% correspondia a presença de Ascaris lumbricoides.

No entanto você pode se perguntar, “- mas como eu me contamino com esse verme?”. Então... A infecção ocorre através da ingestão de alimentos ou bebidas contaminadas com ovos do verme Ascaris lumbricoides. Após a ingestão desses ovos, eles eclodem nos intestinos de humanos e de alguns macacos superiores como gorilas e chimpanzés, e penetram através da parede do intestino, migrando para os pulmões através do sangue. Ali, invadem os alvéolos e depois migram (ou são tossidos) pelos brônquios até a faringe, onde são deglutidos para o esófago. Depois passam pelo estômago pela segunda vez em direção ao intestino, onde se tornam vermes adultos. Esses vermes adultos são longos, cilindros e apresenta extremidades afiladas, na Figura 1, conseguimos destacar uma dessas extremidades - a boca – com seus três lábios visíveis. As fêmeas podem medir até 40 cm, enquanto os machos até 25 cm (PANTOJA et al., 2015). Você sabia que a fêmea que consegue colocar 200.000 ovos não embrionados por dia?

 

Figura 1: Uma das extremidades do verme Ascaris lumbricoides. Foto disponível em https://www.colegioweb.com.br/saude/lombriga-e-oxiuro-doencas-partir-solo.html. Visitado em 29/09/2020.

 Os sintomas irão depender da carga parasitária, existem desde os casos assintomáticos até casos com alterações mais visíveis como subnutrição, obstrução intestinal; e em casos extremos, o aparecimento desses helmintos no nariz, boca e orelha. A prevenção é feita com a melhoria das condições de saneamento básico, lavagem das mãos com sabão. Não existe vacina e os tratamentos recomendados pela Organização Mundial de Saúde consistem na medicação com albendazol, mebendazol, levamisol ou pamoato de pirantel.

As enteroparasitoses são problemas de saúde pública associadas às condições socioeconômicas, principalmente pela falta de conhecimento de bons hábitos sanitários da população. Por isso é preciso programas de educação e conscientização, principalmente para as populações carentes (ALMEIDA FILHO et al., 2017).

*Referências

ALMEIDA FILHO, Marcos Adelino et al. Prevalência de enteroparasitas na região metropolitana de Fortaleza, Ceará. Acta Biomedica Brasiliensia, v. 8, n. 2, p. 91-100, 2017.

PANTOJA et al. Princípios de parasitologia, EdUECE, 2015.

quarta-feira, 11 de março de 2020

Histórico LIBRAS no Brasil


Antes de começarmos a falar sobre a origem da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) no Brasil é importante observarmos que sua origem no mundo ocorreu no século XVIII com Charles Michel de L´Epée, na França, que passou a ser considerado o pai dos surdos porque reconheceu a importância da linguagem de sinais na educação dos surdos. Ele ajudou a construir 21 escolas na época (MENEZES E FEITOSA, 2015).

No Brasil, a LIBRAS ganhou um novo olhar quando Dom Pedro II ao perceber que seu neto era surdo, o filho da princesa Isabel, trouxe para o Brasil Ernest Huert, em 1856, o responsável por ensinar o alfabeto da língua de sinais francesa. D. Pedro II fundou, em 1857, no Rio de Janeiro, a primeira instituição de ensino para surdos (MENEZES E FEITOSA, 2015).   

De acordo com a Lei Nº 10.436, de 24 de abril de 2002, a LIBRAS é reconhecida como meio legal de comunicação e expressão dessa língua e outros recursos de expressão a ela associados (Art. 1º). Em seu artigo 4º estabelece que os sistemas educacionais federal, estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente. E em 2005, sai um decreto (n º 5.626) que regulamenta a lei de obrigatoriedade da disciplina de Libras nos cursos de licenciatura (BRASIL, 2002).  


Referências:
MENEZES, J.E.S.A.; FEITOSA, C.R.de S. Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). 2a ed. Fortaleza: EdUECE, 2015.
BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. Coordenação de estudos legislativos – CEDI. 2002.

quinta-feira, 30 de maio de 2019

MITO versus VERDADE sobre os CORDADOS

O que precisamos saber sobre esses animais? O que eles realmente fazem? Vamos saber um pouco mais nessa postagem. Vou elencar alguns mitos e iremos discutir em cima deles. 

MITO 1) Cobra MAMA?
Vocês já ouviram falar de uma lenda em que um tipo de cobra preta (a muçurana) entra pela porta de uma casa onde tem uma mãe amamentando, coloca a ponta da cauda na boca da criança, enganando-a, e começava a sugar o seio da mãe amamentando pra se alimentar desse leite? Então... isso NÃO É VERDADE, porque cobra é um réptil e não um mamífero pra se alimentar de leite. As cobras não conseguem fazer o ato de sucção (por não terem aparato bucal para tal atividade, já que são répteis) e as muçuranas (Pseudoboa nigra) em especial, são muito dóceis e ainda ajudam no controle da população de jararacas. O que contribui pra que muitos animais dessa espécie sejam mortos, talvez até porque seu tamanho maior traga um pouco de medo e receio, mas elas não fazem mal a ninguém. Por isso, por favor, NÃO MATEM ESSES ANIMAIS, eles não irão beber leite de ninguém.


                                          FIGURA 1: Lenda da cobra que mama.
                                          FIGURA 2: Pseudoboa nigra.


MITO 2) Tubarões são ASSASINOS?
Muitos de nós já assistimos filmes como: “SHARK ZONE”, “AVALANCHE SHARKS”, “TUBARÕES DA AREIA”, “O TUBARÃO DO PÂNTANO”, “TUBARÕES ASSASSINOS” entre outros muitos que relatam o tubarão ser um animal bastante perigoso e assassino. Uma coisa que precisamos entender é que qualquer animal que se sentir ameaçado pode atacar como medida preventiva, inclusive nós humanos fazemos isso também; numa roda de amigos, caso a gente se sinta ameaçado, avançamos logo e começamos a discutir. E com os tubarões não seria diferente. Segundo o site (https://www.eonline.com/br/news/788264/os-mitos-sobre-os-tubaroes)
“Das aproximadamente 400 espécies que existem, apenas 33 já atacaram humanos e ainda assim isso só aconteceu em locais que sofrem de devastação ambiental. De 1920 a 2002 foram registrados apenas 92 ataques em litoral brasileiro, dos quais somente 25 foram fatais”.  
Talvez o problema sejamos nós, humanos, tentando invadir seus habitats, ao aterrarmos uma parte do mar pra construção de edifícios, modificamos o curso do mar e impactamos o ambiente pertencente aos animais marinhos.
                                          FIGURA 3: Cenas do filme Mega Shark.
                              FIGURA 4: Cenas que reportam os tubarões serem animais assassinos.

MITO 3) NÃO somos macacos!?

Esse tema é bastante polêmico. Há quem diga que não somos macacos, talvez por preconceito, não sei. Há alguns anos teve até uma problemática com um jogador de futebol que foi hostilizado no campo, no meio do jogo, ao jogarem da arquibancada uma banana pra ele, e que o mesmo comeu tal banana e até fez um gol nessa mesma partida. Mas se eu fizer a pergunta pra você, leitor: o que é ser um macaco? O que define anatomicamente, morfologicamente um macaco, o que você me responderia? Então, pra que a gente entenda um pouco que, SIM, somos todos macacos, coloco abaixo uma árvore mostrando a descendência dos primatas até chegar nos homininae, que somos nós, primatas sem rabo, Mas temos que deixar claro que não viemos dos macacos hoje existentes, por isso não tem como nascer um humano de um macaco atual (fato até um pouco óbvio). O que eu quero mostrar é que através do curso do tempo, com as adaptações evolutivas e irradiativas, pudemos nos originar de um primata, e SIM, fazemos parte da árvore genealógica dos primatas e hominidae.Imagem relacionada

                              FIGURA 5: Árvore evolutiva dos mamíferos insetívoros.